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 Criminologia



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Transtornos

 

 

 

 

 

 


 

 

Transtorno significa pôr em desordem, alterar a ordem de, perturbar ou desorganizar. Pode-se então definir transtorno como uma perturbação mental que pode ocorrer ao longo da vida de um ser humano, influenciado pelo meio social onde está inserido, ou pode fazer parte do seu património genético.

 

 

  • Cleptomania;
  • Epilepsia;
  • Piromania;
  • Retardo Mental;
  • Terrorismo.

 

 


 

CLEPTOMANIA

 

 

 

 

 

 

 

 

O que é?


A cleptomania caracteriza-se pelo acto incontrolável de roubar objectos desnecessários para o uso pessoal ou sem grande valor monetário.

 

Como é o paciente Cleptomaníaco?


O paciente cleptomaníaco, ao contrário do vulgar ladrão que se sente tenso no acto do roubo, experimenta uma sensação de prazer após o roubo do objecto cobiçado.

 
        
Os impulsos do cleptomaníaco são mais fortes do que a sua racionalidade. Após o roubo o paciente reconhece o erro e não consegue entender porque tomou aquela acção, fica por isso envergonhado e esconde a atitude de todos.

 

Como se identifica o transtorno?

 

Aparentemente este tipo de paciente é completamente normal, não há forma nenhuma de o identificar antes dele adquirir objectos ilicitamente e ser “apanhado”. 
        
 

Os pacientes portadores de cleptomania raramente roubam objectos de grande valor financeiro (jóias, dinheiro, etc), deve-se por isso estar alerta para ladrões que se fazem passar por cleptomaníacos, para serem considerados inimputáveis.

        
 

 

Sobre quem incide com mais frequência?

 

O início da doença dá-se geralmente no fim da adolescência e mantém-se ao longo dos anos. Geralmente é identificada em mulheres que rondam os 35 anos e homens com cerca de 50, não sendo estes valores certos.
        
 

Encontra-se mais casos de cleptomania em mulheres, talvez porque estas mais facilmente procuram ajuda médica que os homens.
        
 

Estima-se uma incidência de 6 casos de cleptomania em cada 1000 pessoas.

 

Tratamento

 

Não há ainda um tratamento eficaz para este tipo de doença. São feitas actualmente algumas terapias que não se têm mostrado eficazes no tratamento da doença.


 

 

 

EPILEPSIA

 




 

 

 

 

A Epilepsia é uma alteração na actividade eléctrica do cérebro, temporária e reversível, que produz manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas.

 

O termo Epilepsia refere-se a uma condição crónica de ataques periódicos, causados por uma condição fisiopatológica da função cerebral resultante da descarga espontânea e excessiva de neurónios corticais - disritmia cerebral paroxística. No entanto, não se deve entender a epilepsia como uma doença exclusivamente convulsiva. Para ser considerada epilepsia, devem ser excluídos os sintomas de convulsão causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos, já que têm uma classificação diferente.

 

Existem várias causas para a epilepsia, pois muitos factores podem lesionar os neurónios ou o modo como estes comunicam entre si.

 

Classificação e Diagnóstico


 Devemos considerar a epilepsia sob dois pontos de vista: primeiramente como um conjunto de sinais e sintomas psíquicos e, em segundo lugar, como possibilidade de manifestação da potencialidade epiléptica sob a forma de crises clínicas definidas, desde a clássica convulsão generalizada até pequenos sintomas sensitivos, cognitivos ou psicomotores - contracção muscular involuntária, brusca e muito forte.

 

As epilepsias podem ser parciais ou generalizadas. As epilepsias ditas parciais são as que se localizam apenas numa área cerebral. Entre estas, serão consideradas parciais simples sempre que não houver interferência na consciência ou parciais complexas, que interferem na consciência. São generalizadas as epilepsias que afectam ambos os hemisférios cerebrais, envolvendo todo o cérebro, e podem ser convulsivas ou não-convulsivas.


 

 

 

 

 

Psiquiatricamente, os indivíduos portadores de um conjunto mais abrangente de sinais e sintomas têm uma maneira peculiar de viver e de contactar com a realidade.

A personalidade epiléptica designa um conjunto de características psíquicas associadas à actividade disrítmica do Sistema Nervoso Central, principalmente do lobo temporal (que regula a vida emocional, sentimentos, instintos, comandam as respostas viscerais às alterações ambientais).

O diagnóstico da epilepsia, do ponto de vista psiquiátrico deve repousar em bases eminentemente clínicas. Devem ser avaliadas as manifestações das emoções, das reacções, do desenvolvimento psicomotor, a vida infantil e o relacionamento interpessoal. Estas alterações sensoperceptivas e emocionais consequentes da epilepsia devem ser levadas em consideração com alguma importância. São situações que despertam, na maioria dos psiquiatras, uma grande tendência para a utilização de antipsicóticos e/ou antidepressivos, sobretudo a carbamazepina.

 

 

Deve verificar-se a ocorrência, na infância, de:

  • sono muito agitado com fala nocturna e/ou sonambulismo.

 

  • perda de fôlego.

 

  • ocorrência de convulsões febris.

 

  • irritabilidade e agressividade.

 

  • instabilidade do humor.

 

  • distúrbios da atenção.

 

  • tendências depressivas do tipo apático.

 

 

O ataque epiléptico

 O ataque epiléptico é um fenómeno que resulta de uma descarga de actividade eléctrica, proveniente de uma certa quantidade de neurónios numa região do cérebro, violenta e com sintomas variados.

A epilepsia é também uma condição neurológica crónica caracterizada por ataques epilépticos recorrentes e é por isso que, por vezes se usa o termo no plural, epilepsias. Uma pessoa pode sofrer um ataque epiléptico isolado ou circunstancial, sem ser considerado, necessariamente, portador de epilepsia.

A maioria dos pacientes portadores de epilepsia não apresentam qualquer transtorno mental, no entanto, aqueles que apresentam alterações psíquicas costumam ser casos difíceis e complicados.

 

Causas

 

 Existem várias causas para a epilepsia, uma vez que muitos factores podem afectar os neurónios ou o modo como estes comunicam entre si. Os mais frequentes são:

 

- Traumatismos cranianos, provocando cicatrizes cerebrais; 

 

- Traumatismos de parto; certas drogas ou tóxicos; 

 

- Interrupção do fluxo sanguíneo cerebral causado por acidente vascular cerebral ou problemas cardiovasculares; 

 

- Doenças infecciosas ou tumores.

 

As lesões no cérebro podem ser avaliadas através de exames de imagem, como a tomografia computadorizada (TAC), embora seja muito difícil verificá-las. O eletroencefalograma (EEG) pode ajudar, mas idealmente deve ser feito durante a crise.

 

Quando se identifica uma causa que provoque a epilepsia, esta é designada por "sintomática", quer dizer, a epilepsia é apenas o sintoma pelo qual a doença subjacente se manifesta; em 65 % dos casos não se consegue detectar nenhuma causa.

 

A epilepsia não é contagiosa, ninguém a pode contrair em contacto com um epiléptico. Além disso, na maioria dos casos, não é transmitida hereditariamente. Pode é existir uma certa tendência ou predisposição para sofrer de epilepsia.

 

 

Alguns factores directos podem desencadear crises epilépticas:

 

 

 - Mudanças súbitas da intensidade da luz ou luzes a piscar (podem ter ataques quando vêem televisão, jogam no computador ou frequentam discotecas).

 
- Privação de sono.

 
- Febre.

 
- Ansiedade.

 
- Cansaço.

 
- Álcool, drogas ou medicamentos.

 

 

Tipos de epilepsia

 

 1. Crises de ausência: podem ocorrer movimentos musculares automáticos e repetitivos, como por exemplo, o piscar de olhos, o estalar os lábios, contracções musculares em volta dos olhos, espasmos nos braços ou pernas. Quando a crise epiléptica de ausência é mais intensa pode levar o epiléptico a cair, não conseguindo controlar a postura. Neste tipo de Epilepsia não existe a fase de confusão mental depois da crise.

 

2. Crises generalizadas: esta é a epilepsia mais comum, ocorrem ataques epilépticos e são crises esporádicas e generalizadas, com predomínio das manifestações motoras (convulsões) e somáticas. Estas manifestações podem manifestar-se gradualmente durante horas ou mesmo dias antes da crise convulsiva. Normalmente, o epiléptico reconhece claramente o ataque, mas mesmo assim não consegue controlar a crise.

 

Podem surgir alterações da sensibilidade geral, vertigens, sensação de compressão, pequenas impressões de corrente de ar, de dores e também alucinações, sensações ópticas como círculos ou bolas coloridas em frente aos olhos, cegueira transitória. 

 

Os sintomas do ataque epiléptico dependem da localização cerebral do foco epiléptico. Pode resultar em palpitações, dificuldades respiratórias, sensações desagradáveis na boca do estômago, acompanhadas por náuseas e vómitos, fome insaciável, sede e urgência em satisfazer necessidades fisiológicas localizadas em diversos órgãos internos.


 

crise epiléptica motora generalizada apresenta as seguintes fases no seu desenvolvimento:

I. Fase inicial

 
O epiléptico empalidece, brusca e violentamente, perde a consciência subitamente e, se estiver em pé ou sentado, cai. É comum o epiléptico ter cicatrizes em diversas partes do corpo, como consequências de ferimentos provocados por estas quedas. Por vezes ocorre um grito ou gemido abafado característico, ao ser o ar expelido vigorosamente por espasmo da musculatura respiratória, diafragma e glote. 

II. Fase de convulsões

 
Após perder a consciência e cair, todo o corpo enrijece. Os músculos contraem-se energicamente fazendo com que os membros superiores e inferiores estejam rígidos em extensão, com torção dos braços.

Os músculos da face contorcem-se e os globos oculares giram por baixo das pálpebras semicerradas para cima ou para o lado. Habitualmente, a cabeça fica estendida para trás ou virada para um lado, decorrente da contracção dos músculos do pescoço, os dentes mordendo a língua, lábios ou a superfície interna das bochechas. Permanece sem respirar, durante um tempo que varia de segundos a um minuto no máximo, há um aumento da secreção glandular, da frequência cardíaca e da pressão arterial. Aflora saliva espumosa, por vezes com algum sangue no caso de ferir a língua (facto que ocorre em 50% dos casos). 

III. Fase terminal: 

 
A crise convulsiva tem uma duração variável de 3 minutos. É comum os pacientes ficarem entorpecidos, falarem com lentidão e dificuldade, desorientados no tempo e no espaço, não reconhecerem as pessoas que os rodeiam. 

A recuperação da total consciência pode demorar algum tempo. Pode ainda acontecer nesta fase agitação e irritabilidade proeminentes e um pensamento paranóide. 

Numa pequena parte de epilépticos pode ocorrer um comportamento agressivo perigoso nesta fase. É o Furor Epiléptico, o paciente torna-se hiper agressivo por alguns minutos depois da crise convulsiva e pode manifestar um comportamento destrutivo, inclusivamente com ataques físicos às pessoas. 

Quando o Furor Epiléptico ocorre depois de convulsões, ocorre de forma  súbita - como, por exemplo, num caso em que o epileptico, enquanto fala com o médico ou enfermeiro, se levanta rapidamente e desata aos murros -  presume-se que possam estar a haver alterações da sensopercepção (alucinações).

 

3. Crises parciais ou focais: resultam da alteração de uma região delimitada do cérebro, mais precisamente, de uma região delimitada de um hemisfério cerebral que origina manifestações e sintomas relacionados com a fisiologia da região. A expressiva maioria deste tipo de epilepsia não tem convulsões, embora estas possam acontecer, principalmente quando a crise focal envolve estruturas dos lobos temporal ou frontal (regulação e inibição de comportamentos).

 

 

 

Agressividade nos epilépticos


 

 

Com base na tabela apresentada, podemos ver que uma parte do diagnóstico em criminosos violentos doentes mentais é representada por epilépticos. 


Os epilépticos podem cometer delitos durante um automatismo psicomotor da epilepsia parcial, embora a execução dos actos possa ser lenta e desajeitada. Foram relatados episódios de fúria (furor epiléptico) em vários estudos experimentais desta patologia, no entanto os peritos forenses acreditam que dificilmente um ataque de fúria com agressão criminosa possa ocorrer durante uma crise psicomotora. A maior probabilidade de agressão física e furor está associada a estados de confusão prolongados após uma crise do tipo generalizada, em epilépticos crónicos e geralmente institucionalizados. 

 

O epiléptico, em geral, pode ser caracterizado, principalmente, por irritabilidade, explosividade, agressividade ou instabilidade de humor. Também é possível acontecerem outras alterações patológicas, tais como alucinações e ilusões, encontradas em pacientes com alterações eletroencefalográficas no lobo temporal.



 

 

As pesquisas de Mark e Ervin constataram mais de 50% de epilepsia entre 163 pacientes agressivos e acrescenta que "o tipo mais comum de doença cerebral associada ao comportamento destrutivo e ao descontrole de comportamento é a epilepsia do lobo temporal"

 
 
A característica essencial é a dificuldade em resistir a um impulso ou tentação de executar um acto perigoso para a própria pessoa ou para outros. Na maioria dos transtornos, o epiléptico sente uma crescente tensão ou excitação antes de cometer o acto. Após cometê-lo, pode ou não ter sentimentos de arrependimento, auto-recriminação ou culpa.
Alguns autores determinaram um possível envolvimento de factores orgânicos nos distúrbios dos impulsos. E determinadas experiências demonstram que as regiões específicas do cérebro podem apresentar actividade impulsiva e violenta, como no sistema límbico (unidade responsável pelas emoções, constituído pela amígdala e pelo hipotálamo).

 

Cerca de uma pessoa em 300 sofre de epilepsia do lobo temporal, o que contribui para cerca de metade de todas as epilepsias adultas; diferem da epilepsia generalizada porque as descargas não ocorrem em todo o cérebro, mas concentram-se nos lobos temporais do córtex cerebral (camada mais externa do cérebro que é envolvida por milhares de neurónios). As causas da epilepsia do lobo temporal são desconhecidas e provavelmente variadas. De acordo com alguns especialistas, as pessoas com este tipo de epilepsia são facilmente levadas à violência, especialmente por sentimentos de injustiça, nos períodos entre as crises. Estes comportamentos decorrem de uma alteração da sensibilidade do sistema límbico e do tronco cerebral produzida por descargas eléctricas repetidas que não são controladas. Estudos mostram que muitos delinquentes e pacientes violentos com crises recorrentes de raiva têm epilepsia do lobo temporal. Outros, porém, dizem que não há personalidade epiléptica distinta nem evidência clara de que pessoas com este tipo de epilepsia sejam particularmente agressivas ou irritáveis.

 

O caso da Jennie

 

Além das lesões produtoras de comportamento violento, o tipo mais comum de doença cerebral associada à agressão e violência tem sido a epilepsia do lobo temporal. Jennie, foi uma adolescente considerada como criança modelo.


Um dia, ao ser criticada por estar a ouvir alto demais os seus discos, teve um acesso destrutivo e derrubou tudo o que estava no seu quarto. Os seus estados de ânimo variavam entre o angelical e o demoníaco e, por fim, estrangulou um bebé de meses por não suportar o seu choro. Jennie foi internada. Como o irmão também tinha epilepsia, averiguou-se a possibilidade da sua extrema agressividade ser ocasionada por uma doença cerebral orgânica.


Posteriormente, constatou-se um foco irritativo no lobo temporal esquerdo, que entrava em actividade quando a Jennie, era estimulada a sentir raiva. Durante a estimulação de um choro de bebé, o eletroencefalograma conseguido durante essa estimulação demonstrou claramente a alteração desencadeada pela irritação da paciente.

 

 

 


 

PIROMANIA

 

 

 

 

 

 

 

 

O que é?


A piromania é uma doença que se caracteriza pelo comportamento repetido de atear fogo de forma propositada e intencional.

 

Como é o paciente piromaníaco?


O pirómano experimenta uma forte excitação nos momentos que antecedem o acto de atear o fogo. Demonstra um enorme fascínio, curiosidade e atracção pelo fogo. 
        
O acto de incendiar não tem uma frequência média determinada, o indivíduo pode passar um longo período de tempo sem o praticar, mas a predisposição para tal, está sempre presente. As pessoas com piromania raramente procuram ajuda médica e é por isso frequente serem encontradas por bombeiros, guardas florestais e entidades do género.

 

Como se identifica o transtorno?
        
Para se realizar o diagnóstico deste tipo de paciente é necessário excluir-se os transtornos como esquizofrenia, doença bipolar e personalidade anti-social. Deve também excluir-se todos aqueles que praticam o acto com uma motivação monetária ou por expressão de raiva.
        
O número de actos incendiários não importa, basta um para se fazer o diagnóstico.

 

Sobre quem incide com mais frequência?


Não há estudos que possam afirmar que incide mais sobre homens, mulheres, pessoa de tenra, média ou idade avançada.

 

Tratamento


   Não se conhece um tipo de medicação adequado ou específico para o paciente portador deste tipo de doença e nem mesmo as terapias tradicionais apresentam resultados satisfatórios.

 


 

 

 

INCENDIÁRIOS

 

 

 

 

 

 

 

 

Incendiário é um termo usado para definir aqueles que ateiam fogo voluntariamente.


Estudos revelam que mais de 90% dos incendiários são do sexo masculino.


Ao contrário do que se possa pensar, nem todo o fogo posto é por pirómanos. Há várias causas para que uma pessoa ateie fogo a algo.

Os fogos podem ser postos por doentes com piromania, como já referi, por questões económicas (proveito próprio), vingança ou doença mental (esquizofrenia, atraso mental).


Brevemente analisemos os três últimos:


  • Questões económicas.

 

  • Neste tipo de incendiário encaixam-se por exemplo, aquelas pessoas que por estarem a passar por uma fase económica má, ardem as próprias casas ou matas para receberem os respectivos seguros e assim saldarem uma eventual dívida que tenham contraído.

 

  • Vingança.

 

  • Esta parece-nos bastante óbvia; estes incendiários ateiam fogo a uma propriedade na sequência de um conflito que se gerou entre o incendiário e o dono da propriedade, vingando-se assim da outra pessoa (destruindo-lhe os bens).

 

  • Doença mental.

 

  • Estes são os incendiários que sofrem algum tipo de perturbação psicológica que os impede de ter noção do bem e do mal, do certo e do errado e, por isso, ateiam fogo a alguma coisa, sem ter noção das consequências dos seus actos (ao contrário dos pirómanos que têm noção de que aquele acto é punível e errado, mas que não resistem a praticá-lo).

 

 

 

 

 

 

RETARDO MENTAL


 "O retardo mental é a capacidade intelectual inferior ao normal, que está presente desde o nascimento ou que se manifesta nos primeiros anos da infância. "

Manual Merck

 


 

 

 

 

 

 O que é?


 Os indivíduos com retardo mental apresentam um desenvolvimento intelectual inferior ao normal, dificuldades de aprendizagem e dificuldades de adaptação social.


De maneira geral, um indivíduo pode ser definido como tendo retardo mental com base nos seguintes três critérios: 


- nível de quociente intelectual (QI) abaixo de 70 - 75,


- presença de limitações significativas em duas ou mais áreas de habilidades adaptativas - comunicação, vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais, auto-suficiência, habilidades académicas, trabalho, lazer, saúde e segurança;


- deve ser diagnosticada antes dos 18 anos de idade.

 

Diagnóstico 

 

 1. O primeiro passo para o diagnóstico é a aplicação de testes-padrão de inteligência e testes-padrão de habilidades adaptativas, individualmente. 


2. O segundo passo é descrever os pontos fortes e pontos fracos da pessoa em quatro dimensões, que são: 


- Habilidades intelectuais e comportamentais adaptativas;

 
- Considerações emocionais ou psicológicas; 

 
- Considerações físicas, de saúde ou etiológicas;

 
- Considerações ambientais.


Os pontos fortes e fracos podem ser determinados por observação, entrevistas com pessoas importantes na vida do paciente, entrevistas com a pessoa que é avaliada, interagindo com a pessoa e respectiva família na vida quotidiana, ou por uma combinação desses métodos. 


3. O terceiro passo exige uma equipa multidisciplinar para determinar o apoio necessário nas quatro dimensões mencionadas. Cada apoio é identificado e classificado num dos quatro níveis de intensidade - intermitente, limitado, extensivo, intensivo.

 




 

 

 

Causas do retardo mental 


O retardo mental pode ser causado por qualquer condição que prejudique o desenvolvimento cerebral antes do nascimento, durante o nascimento ou nos anos de infância. Várias centenas de causas têm sido descobertas, mas a causa permanece indefinida em aproximadamente um terço dos casos.


Vários factores podem levar ao retardo mental. Em 30% a 40% dos casos, é impossível identificar a origem do distúrbio. Noutros 30%, as causas estão relacionadas com problemas no desenvolvimento do feto, como desnutrição materna, infecções da mãe (sífilis, rubéola e toxoplasmose, por exemplo), uso de drogas pela gestante e doenças genéticas.


Aproximadamente 10% das ocorrências estão associadas a incidentes no parto ou no primeiro mês de vida do bebé – oxigenação cerebral insuficiente, prematuridade e icterícia grave, entre outros.


Em cerca de 5% dos casos, o retardo mental manifesta-se desde o trigésimo dia de vida até o fim da adolescência, devido a desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global, infecções (meningoencefalites, sarampo etc), intoxicações por remédios, insecticidas ou produtos químicos, acidentes (trânsito, afogamento, choque eléctrico, asfixia, quedas etc). A carência de iodo, que afecta o funcionamento da glândula tiróide, é também uma causa comum do retardo mental.


Os factores ambientais e transtornos mentais são responsáveis por, aproximadamente, 15 a 20% dos casos. As crianças criadas num ambiente sem estímulos são prejudicadas no seu desenvolvimento mental. Alguns estudos também sugerem que a pouca estimulação, que ocorre em áreas muito desprovidas das experiências culturais e ambientais normalmente oferecidas às crianças, pode surgir como causa de retardo mental.


Vários problemas genéticos causam retardo mental. A síndrome de Down (ou trissomia 21) é o mais frequente. Em cada 500 crianças recém-nascidas, uma é portadora deste transtorno. A incidência aumenta com a gravidez em idade avançada. 


As três principais causas identificadas de retardo mental são: a Síndrome de Down e a Síndrome do X frágil (doença genética causada pela mutação no cromossoma X).


O uso de álcool ou outras drogas durante a gestação pode também levar ao retardo mental.


Certas doenças da infância, posteriores ao nascimento, como o sarampo e a infecção pelo Haemophilus tipo B, que podem levar a meningite e encefalite, também podem causar danos no cérebro.


Acidentes, intoxicações por chumbo, mercúrio e outros agentes tóxicos também podem causar danos irreparáveis ao cérebro e sistema nervoso.


 

Incidência 

 

 

Alguns estudos estimam que o retardo mental afecta 2,5 a 3% da população, mas esta percentagem é incerta pois há uma grande variação entre os métodos usados nas pesquisas de estimativa.


Os efeitos do retardo mental variam, consideravelmente, de pessoa para pessoa.


Aproximadamente 85% dos indivíduos com retardo mental são afectados de maneira leve, e serão somente um pouco mais lentas na aquisição de novas habilidades e informações.


Os restantes 10% da população afectada, (QI abaixo de 50) têm algumas limitações de funcionamento cerebral.


A ocorrência é mais comum nos países em desenvolvimento, onde é maior a incidência de lesões e anóxia (falta de oxigenação) no recém-nascido e de infecções cerebrais na primeira infância. O retardo mental também é mais frequente (60%) em indivíduos do sexo masculino.


 

Graus de Retardo Mental

 

 

Leve (52-68)


  • Capacidade durante a Idade Pré Escolar/Nascimento 5 anos – Consegue desenvolver habilidades sociais e de comunicação; comprometimento discreto da coordenação muscular; frequentemente diagnosticado anos mais tarde.

 

  • Capacidade durante a Idade Escolar/dos 6 aos 20 anos – Pode adquirir um conhecimento similar ao do ensino básico no final da adolescência; pode ser orientado a uma conformidade social adequada.

 

  • Capacidade durante a Vida Adulta/a partir dos 20 anos – Geralmente, consegue desenvolver habilidades sociais e vocacionais para o seu sustento, mas pode necessitar de orientação e assistência durante os momentos de stress social ou económico.

 

Moderado (36-51)

 


  • Capacidade durante a Idade Pré Escolar/Nascimento 5 anos – Consegue falar ou aprender a comunicar; má consciência social; coordenação muscular razoável; capacidade de treino e de auto-ajuda.

 

  • Capacidade durante a Idade Escolar/dos 6 aos 20 anos – Pode aprender algumas habilidades sociais e ocupacionais; é improvável uma progressão nos trabalhos escolares; pode aprender a viajar sozinho para locais familiares.

 

  • Capacidade durante a Vida Adulta/a partir dos 20 anos – Pode aprender a sustentar-se, realizando trabalho não especializado ou semi-especializado sob tutela; necessita de supervisão e de orientação durante os momentos de stress social ou económico leves.

 

 

Grave (20-35)


  • Capacidade durante a Idade Pré Escolar/Nascimento 5 anos –  Consegue pronunciar algumas palavras; capaz de aprender algumas habilidades de auto-ajuda; nenhuma ou pouca habilidade; má coordenação muscular.

 

  • Capacidade durante a Idade Escolar/dos 6 aos 20 anos – Fala ou aprende a comunicar; pode aprender hábitos simples de higiene e saúde; é beneficiado com o ensinamento de hábitos.

 

  • Capacidade durante a Vida Adulta/a partir dos 20 anos – Pode desenvolver capacidades de autoprotecção num ambiente controlado.

 

 

Profundo (19 ou menos)

 


  • Capacidade durante a Idade Pré Escolar/Nascimento 5 anos – Retardo acentuado; pouca coordenação muscular; pode necessitar de cuidado especial.

 

  • Capacidade durante a Idade Escolar/dos 6 aos 20 anos – Discreta coordenação muscular; provavelmente não conseguirá andar ou conversar.

 

  • Capacidade durante a Vida Adulta/a partir dos 20 anos – Algum grau de coordenação muscular e de fala; pode aprender a cuidar de si mesmo de forma muito limitada; necessita de cuidados especiais.


 

Prevenção e Tratamento

 

A amniocentese é um exame diagnóstico pré-natal que pode detectar diversas anomalias fetais, inclusivamente anomalias genéticas, defeitos cerebrais ou da medula espinal durante a gravidez. A amniocentese é aconselhável para todas as mulheres grávidas com mais de 35 anos de idade, pois estas apresentam maior risco de gerar uma criança com síndrome de Down.

 

Um diagnóstico de retardo mental antes do nascimento permite aos pais optarem pelo aborto e pelo subsequente planeamento familiar. A vacina contra a rubéola reduziu acentuadamente a incidência dessa doença como causa de retardo mental.

 

Uma criança com retardo no desenvolvimento deve participar num programa de intervenção precoce assim que o diagnóstico seja estabelecido. O apoio emocional da família é parte integrante do programa. Geralmente, uma criança com retardo mental pode viver melhor em casa ou numa residência comunitária e, quando possível, deve frequentar uma creche para crianças normais ou uma creche normal.

 

Internar uma criança numa instituição é raramente indicada e esta decisão exige uma discussão profunda entre os familiares e os médicos. A família necessita de assistência psicológica e também pode requerer ajuda para o cuidado diário da criança. O auxílio pode ser fornecido por creches, empregados domésticos e por enfermeiros de cuidados temporários. Um adulto com retardo mental pode chegar a necessitar de atenção permanente e, por essa razão, ele pode ser internado num centro especial para deficientes, num asilo ou numa clínica especializada.

 

 

Retardo Mental e Agressividade

 

Alguns portadores de retardo mental são passivos, plácidos e dependentes, enquanto outros podem ser agressivos e impulsivos. A falta de habilidades de comunicação pode predispor ao comportamento agressivo, para substituir a linguagem comunicativa. A adaptação do indivíduo ao retardo mental pode ser influenciada por vários factores, entre eles a educação, a motivação, os traços de personalidade, as oportunidades sociais e vocacionais, os transtornos mentais e as condições médicas gerais. Os problemas de adaptação tendem a melhorar com esforços terapêuticos, enquanto que o QI cognitivo costuma permanecer estável.

 

O retardo mental pode resultar na alteração da personalidade devido a um traumatismo craniano.

 

Algumas condições médicas gerais associadas ao retardo mental caracterizam-se por certos sintomas comportamentais (por exemplo, o comportamento auto-agressivo intratável). Os indivíduos com retardo mental podem mostrar-se vulneráveis à exploração dos outros (sendo física e sexualmente abusados) ou ter negados os seus direitos e oportunidades, partindo para a auto-agressão.

 

 



TERRORISMO

 

 

 

 

 

 

 

 

 O terrorismo é uma prática de terror; de violência premeditada sobre alvos civis, não é praticada, na maioria das vezes, por psicopatas, tem como base crenças. Os terroristas são motivados por uma causa que julgam ser suficientemente poderosa para prejudicar ou destruir vidas humanas, tem muitas vezes origens culturais e sociais.


Cada vez se ouve falar mais em práticas terroristas e, por isso, se estuda mais o fenómeno, como tal, o terrorismo foi classificado de três formas: quanto ao motivo, quanto ao modo de actuação e quanto ao próprio acto.


  • Quanto ao motivo

 

Os terroristas agem com base em crenças fiéis que podem ser de ordem política, étnica ou religiosa; assim, podemos ainda classificar o terrorismo quanto ao motivo em três motivos.


- Motivos políticos: os terroristas agem porque acreditam que representam a maioria da população; por vezes lutam pela independência do Estado, outras contra regras estabelecidas.


- Motivos étnicos: enquanto o terrorismo por motivos políticos se dirige para um Estado, o terrorismo por motivos étnicos dirige-se a uma raça, a uma etnia, baseia-se por isso em preconceitos pejorativos.


- Motivos religiosos: em quase todas as religiões existem grupos extremistas que praticam actos terroristas contra os seus opositores religiosos. Este tipo de terrorismo assemelha-se ao anterior porque em ambos, o grupo atacante crê possuir a razão e a verdade absoluta.


  • Quanto à forma de actuação

 

Os diversos grupos terroristas agem, de duas formas; ou têm uma sede definida e agem em nome de um grupo de pessoas mais abrangente que o número de indivíduos pertencentes à seita em questão (terrorismo clássico) ou, agem em seu próprio nome, ou seja, não representam os interesses da maioria população, representam os seus próprios interesses (terrorismo moderno).


  • Quanto ao acto

 

Todos os actos terroristas têm como objectivo amedrontar o inimigo, mas podem ser praticados de diversas formas, assim, temos: o terrorismo comum (roubo, sequestro, homicídio), bioterrorismo e terrorismo Químico (Anthrax , VX – gás paralisante à base de fósforo) e atentado suicida (o autor sacrifica a sua própria vida e a de outros).

 


    Já há alguns anos, mas ainda bem presente nas nossas memórias, podemos assistir a vários atentados terroristas contra os EUA.

 


 

 

 

Nestes ataques, a Al – Qaeda, grupo fundamentalista islâmico internacional, entre outros ataques, desviou dois aviões, que fez colidir com as torres gémeas de Nova Iorque (World Trade Center), no dia 11 de Setembro de 2001; ataque que provocou um enorme número de perdas humanas.


Recentemente, podemos ainda assistir a ataques suicidas, em autocarros e comboios, em Inglaterra e Espanha.